Três personalidades do mundo do Design se reuniram para analisar a Arquitetura paulistana. O diretor da Ottagono, do grupo IED e colunista de design e arquitetura do “Corriere della Serra”, Aldo Colonetti; a ex-diretora do Museu da Casa Brasileira, mestre em História e especialista em Design, Adélia Borges; e o mestre em história e crítico de arquitetura, colunista do Caderno Ilustrada do jornal Folha de S. Paulo, Guilherme Wisnik.
A base para o debate “Horizontes invisíveis, trocando olhares entre São Paulo e Milão" - realizado dia dia 4 de março, na sede do Istituto Europeo de Design - foi a reportagem especial da revista Ottagono, edição de janeiro, com 32 páginas, que analisa as estruturas arquitetônicas da cidade e enxerga a metrópole como uma mistura rica de culturas, classes e sociedades.
A base para o debate “Horizontes invisíveis, trocando olhares entre São Paulo e Milão" - realizado dia dia 4 de março, na sede do Istituto Europeo de Design - foi a reportagem especial da revista Ottagono, edição de janeiro, com 32 páginas, que analisa as estruturas arquitetônicas da cidade e enxerga a metrópole como uma mistura rica de culturas, classes e sociedades.
Aldo Colonetti destacou as principais características da Arquitetura italiana, suas simbologias e aspecto histórico. As grandes cidades italianas e São Paulo são palcos de contradições, como a existência de projetos com características globais e, ao mesmo tempo, a necessidade de valorizar a cultura local.
“São Paulo é um exemplo muito interessante deste ponto de vista: em particular, da sua vastidão e população multicultural integrada em um determinado nível social, mas desintegrada em outros aspectos”, disse. Para ele, a Arquitetura e o Design devem questionar problemas como a propriedade e o medo na cidade sem esperar por uma solução definitiva. Um bom exemplo é o trabalho de revitalização do Centro e de seus principais pontos culturais e institucionais.
Para Adélia Borges, São Paulo é uma cidade que traduz as contradições que vivemos no Brasil e o que a define é justamente esse aspecto ‘do sem limites’. Sobre as obras arquitetônicas de São Paulo na Ottagono a Designer ressaltou que hoje se vê um número muito grande de revistas estrangeiras, italianas e norte-americanas, apresentando ensaios sobre o Brasil, uma mudança significativa do panorama que se tinha nos anos 80, quando Adélia começou a freqüentar o Salão do Móvel em Milão.
“Quando eu me apresentava como jornalista estrangeira nos estandes, muitas vezes, era recebida até de forma rude, como uma reação ao fato da gente ser brasileiro.Hoje, é justamente o contrário. Quando a gente se apresenta como brasileiro nos eventos de Design há um interesse, há uma procura.”
Já Guilherme Wisnik destacou a importância de cada brasileiro passar a valorizar as obras, os projetos nativos. “É impressionante como os estrangeiros ligados ao mundo da arquitetura adoram São Paulo. Eu não conheço nenhuma exceção a esse fato. A gente tende a desvalorizar e os estrangeiros adoram nossa vitalidade, nossa cultura pujante”.
O debate “Horizontes invisíveis, trocando olhares entre São Paulo e Milão” reuniu mais de 50 profissionais, especialistas em arquitetura, design, além de estudantes do IED. O arquiteto Marcelo Barbosa, diretor da Barbosa & Corbucci e professor de projetos no Mackenzie, considera a temática do evento importante porque para ele as pessoas olham São Paulo como uma cidade do grande século.
“A imprensa do mundo, Milão, Madri e México, já nos procurou por conta da Ottagono. Então estar na revista (pág. 186) é um grande orgulho. Afinal, nada como representar uma cidade que está inserida num contexto internacional de arquitetura e design”.
Entre as construções abordadas pela Ottagono estão o Museu Brasileiro de Escultura de Paulo Mendes da Rocha, o Auditório do Ibirapuera de Oscar Niemeyer, o Centro Britânico Brasileiro da Botti & Rubin Arquitetos Associados, o Centro Cultural Tomie Othake de Ruy Ohtake, o Edifício Projeto Viver da Fortes, Gimenes e Marcones Ferraz, o Museu da Língua Portuguesa de Pedro Mendes da Rocha e Paulo Mendes da Rocha e a Plataforma de Embarque de ônibus da Barbosa & Corbucci Arquitetos Associados, entre outros.
A Designer Susanna Sacchi Padovano, mediadora do evento, encerrou o debate destacando a oportunidade única de reunir excelentes profissionais para falar sobre os processos criativos, as temáticas urbanísticas, arquitetônicas e de design entre essas duas metrópoles e suas culturas.
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