segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Galeria Brasiliana estreia na SP Fashion Week

Obras do acervo farão parte da ambientação do Lounge da TAM

Quem está acostumado com as beldades e as principais marcas que dão o tom na São Paulo Fashion Week (maior evento de moda do país) desta vez não terá que aguardar o início dos desfiles para conferir o que o Brasil tem de melhor.

Graças a uma parceria entre a TAM - patrocinadora oficial do evento - e a Galeria Brasiliana - entre outras Galerias de arte, o público da 26ª edição da SPFW vai conferir no Lounge da TAM (curadoria de Wlamir Gonçalves) o melhor da arte brasileira. A parceria visa brindar o tema “Brasileirismos” que tem por objetivo refletir a diversidade cultural e de raças do nosso povo.

“Serão muitas obras dos principais artistas contemporâneos que compõem o acervo da Galeria Brasiliana, mostrando o vínculo que existe entre a elegância, a sofisticação e a nossa chiquérrima arte popular”, destaca o marchand e diretor da Galeria Brasiliana Roberto Rugiero.


“Entre elas, oratórios de Willi de Carvalho, bonecas da Zezinha, bancos indígenas das tribos Mehinaku, Cayabi e Kamaiurá, e um expressivo trabalho de carnaval de João Andrade, enfocando um show de Alceu Valença (João é um carnavalesco internacional com obras no Museu de Cleveland), além de esculturas de João Francisco, ex-votos, pinturas de Alcides dos Santos, José Assunção, Sil, Roberto Vital, J. Borges, Resendio, cataventos e muitos outros”, destaca.

Reconhecida internacionalmente como uma das mais importantes e influentes semanas da moda do mundo, a SPFW 2009 pretende promover a brasilidade, realçar a leveza e a alegria do povo. Grifes como Osklen, Vide Bula, Cori, Alexandre Herchcovitch, Ronaldo Fraga, Glória Coelho, Cavalera e Reinaldo Lourenço, fazem parte da programação dos desfiles.

“Para a TAM, estar na SPFW é fazer parte de um mundo de criatividade e modernidade, que também são atributos de nossa marca. Nossos espaços apresentam o artesanato como manifestação da moda, além de trazer uma pitada da culinária e da música nacionais. Afinal, voamos para 42 destinos no Brasil e podemos dizer que conhecemos nosso país”, afirma Manoela Amaro, diretora de Marketing da companhia.

Informações sobre alguns artistas da Galeria Brasiliana na SPFW

Willi de Carvalho
O artista mineiro trabalha com o preciosismo e a miniaturização. Mergulhado na linguagem popular, utiliza-se de materiais corriqueiros, quase escolares, para criar pequenas alegorias, que refletem seu universo neo-barroco. Entre elas caixas e palitos de fósforo, retalhos de madeira, miçangas, rendas e fitas, arames e tudo que ele tem a mão para criar pequenas obras-primas.

Maria José Gomes da Silva (Zezinha)
A ceramista Zezinha criou uma nova estética para as bonecas do Jequitinhonha e, na visão de Rugiero, hoje é a principal artista dessa região. “Suas mulheres altaneiras, sensuais e que parecem estar vivas são um dos pontos da arte popular brasileira atual”. Curioso que cada peça de Zezinha está “vestida” com um tipo de roupa que ela cria, demonstrando uma riqueza que não se encontra em nenhuma outra artista na atual conjuntura.

Maria Luciene da Silva Siqueira (Sil)
A alagoana é considerada o nome em maior ascensão na cerâmica popular brasileira. Sua obra retrata as pessoas simples que vivem no campo. “O casório”, por exemplo, representa as comemorações de um casamento no sertão, onde a riqueza de detalhes está presente na sanfona, no triângulo, no bumbo, e no baião, situando culturalmente o sertão de Pernambuco.

J. Borges
O pernambucano é sem sombra de dúvida o mais importante xilogravador do Brasil. Seus trabalhos exploram a religiosidade, o cotidiano e o folclore. É também um dos mestres do Cordel, um artista conhecido no mundo todo, tendo ilustrado importantes obras, como “Memórias do Fogo” do uruguaio Eduardo Galeano, entre outras.

Geraldo de Andrade
Suas pinturas são exclusivamente religiosas, pertencentes à vertente bizantina. Utiliza-se de janelas e portas de demolição e cria formas recortadas e vazadas que surpreendem pela beleza e originalidade.

Galeria Brasiliana
Fundada em 1980, a história da Galeria Brasiliana se funde com a de seu criador. Ex-jornalista e ex-publicitário Roberto Rugiero iniciou suas pesquisas na década de 60, quando conheceu profissionais como Franco Terranova, Ralph Camargo e Giuseppe Baccaro. Desde então, não parou mais de garimpar obras de arte (muitas vezes escondidas) em todo o Brasil.

A filosofia da Galeria Brasiliana é identificar valores autênticos, incentivar os emergentes, levando em consideração fatores como a originalidade da obra, seu eixo narrativo (poética), o fôlego do criador e a sua capacidade de resolução técnica. Os artistas que compõem o acervo são escolhidos através de trabalho de campo, o que inclui contatos com os principais pontos do país onde ocorre a arte popular e viagens constantes (numa ação incessante de pesquisa para promoção do que existe de melhor na Arte Popular Brasileira).

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