segunda-feira, 2 de agosto de 2010

RECORDAR É VIVER: A sétima mostra de 2008

Exposição homenageia artista que começou a pintar aos 60 anos

Diferente das seis mostras realizadas ao longo de 2008, em que a Galeria Brasiliana destacou o trabalho dos mais variados artistas da arte popular brasileira, o sétimo evento do ano será, exclusivamente, uma homenagem póstuma a Inocêncio Alves dos Santos, mais conhecido como Cincinho. Nascido e falecido na cidade histórica de Cachoeira, no Recôncavo Baiano, ele era um simples empreiteiro da construção civil que começou a pintar após desenvolver um trabalho escolar para sua sobrinha.

O resultado desse trabalho deslumbrou a professora, que ao descobrir o verdadeiro autor, o chamou à escola. Para a surpresa de Cincinho, a professora disse que era um artista extraordinário e prometeu ajudá-lo na carreira artística se ele se dispusesse a segui-la, pois tinha bons contatos em Salvador. Em pouco tempo se tornou muito conhecido no mundo artístico.

          Vilarejo - acervo da Galeria Brasiliana

Segundo o marchand e diretor da Galeria Brasiliana, Roberto Rugiero, Cincinho está entre os raríssimos desenhistas, autoditata e ingênuo, que se utilizou unicamente do lápis de cor para criar seu paraíso particular. “Seus desenhos, leves e suaves, são preciosidades entre os “naifs”, que dificilmente se utilizam dessa difícil técnica para construir uma obra”, disse Rugiero.

Nesta sétima mostra 2008 da Galeria Brasiliana, o público terá a oportunidade de apreciar quinze desenhos dos anos 80, no formato de 35 x 50 cm que mostram um mundo rural muito ordenado, minimalista, com uma atmosfera de encantamento e magia. Cicinho faleceu no início dos anos 90, tendo deixado obra pouco numerosa, já que começou a desenhar com mais de 60 anos. Hoje, seu trabalho é cada dia mais reconhecido e foi um dos destaques da mostra do Redescobrimento Brasil 500 anos.

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